A Sociedade Nacional de Geografia sacudiu o barco religioso e histórico quando revelou o Evangelho de Judas há não muito tempo. Não é todo dia que um chamado “evangelho perdido” aparece, desafiando o que pensamos saber sobre os textos bíblicos. Esse evangelho em particular já estava no radar devido a menções em escritos antigos, datando do século II. Foi escrito em copta, um idioma egípcio, indicando que ele surgiu mais tarde comparado aos textos originais em grego do Novo Testamento e estava mais ligado ao gnosticismo do que ao cristianismo convencional.
Por que o Evangelho de Judas não entrou para a Bíblia? Resume-se ao conteúdo e ao momento. Os textos na Bíblia não foram escolhidos de maneira aleatória; havia um método. Eles precisavam preencher certos critérios: origem apostólica, uso generalizado nas comunidades cristãs primitivas e alinhamento com os ensinamentos centrais do cristianismo. Qualquer coisa que parecesse fora do padrão não tinha chance.
Falando em fora do padrão, vamos falar sobre os apócrifos e pseudepígrafos—dois termos que soam mais como condições de pele do que tipos de escritos religiosos. Os apócrifos incluem livros como o Livro de Enoque e outros que oferecem contexto extra às histórias bíblicas, mas não são considerados divinamente inspirados pelos protestantes, embora os católicos romanos e cristãos ortodoxos possam reconhecer alguns desses textos.
Então, temos os pseudepígrafos. Imagine isto: é alguns séculos atrás, e alguém decide escrever um texto religioso. Mas quem vai ouvir João Ninguém? Então, eles colocam o nome de Pedro ou Maria nele para ganhar credibilidade. Esses textos muitas vezes continham ensinamentos tão autênticos quanto uma nota de três reais, contradizendo o Novo Testamento.
“Livros perdidos da Bíblia” é um pouco de equívoco. Esses textos não foram perdidos como meias em uma lavanderia; eles foram excluídos de propósito porque não se alinhavam com as escrituras estabelecidas. Os primeiros cristãos não estavam apenas escolhendo seus favoritos; eles acreditavam pser rofundamente influenciados pelo Espírito Santo e tinham uma lista robusta de critérios para o que constituía a Palavra de Deus.
Agora, apesar do que Dan Brown possa dizer, nenhum conselho sombrio decidiu caprichosamente o que ficava e o que era descartado. Foi um esforço comunitário, onde os textos precisavam ser avaliados ao longo do tempo. Eles perguntavam: “Foi amplamente usado? Está de acordo com os ensinamentos que todos concordamos?” Se as respostas fossem não, para a pilha de rejeição eles iam.
Avançando para os tempos modernos, e apesar desses evangelhos surgirem e causarem um alvoroço, eles não estão prestes a ser adicionados à Bíblia. O cânone está fechado, mas esses textos ainda oferecem uma visão fascinante sobre a variedade de crenças cristãs primitivas. Eles são como a versão do diretor de um filme—interessante, mas não o lançamento oficial.
Portanto, enquanto a descoberta de textos como o Evangelho de Judas nos dá mais insights sobre o pensamento religioso antigo, eles não estão prestes a mudar a formação bíblica atual. Eles servem mais como artefatos históricos do que renovações escriturísticas.