A ressurgência de uma antiga teoria sobre relacionamentos nas redes sociais gerou discussões sobre suas implicações para as relações amorosas. Essa teoria, popularizada pela autoproclamada “coach de mentalidade” Anna Kristina no TikTok, traça uma analogia entre dinâmicas românticas e as características de gatos pretos e golden retrievers. Segundo Kristina, a chave para um relacionamento duradouro reside nos papéis e comportamentos distintos assumidos por cada parceiro, espelhando os traços associados a esses animais.
Neste framework, as mulheres são comparadas a gatos pretos, incorporando qualidades de mistério e distanciamento. A teoria postula que, para um relacionamento prosperar, as mulheres devem manter um ar de independência e enigma, priorizando suas necessidades e desejos. Esse comportamento, caracterizado por ir e vir quando bem entender, supostamente mantém o parceiro masculino continuamente engajado e interessado.
Por outro lado, os homens são comparados a golden retrievers, valorizados por sua lealdade e vivacidade. Seu papel, conforme a teoria, é perseguir ativamente suas contrapartes “gatos pretos”, fomentando uma dinâmica onde o interesse constante e a energia do homem complementam o charme elusivo da mulher. Kristina encapsula essa ideia em sua afirmação: “A melhor dinâmica em um relacionamento, se você quer que dure, é aquela em que ela é a misteriosa femme fatale gato preto e ele é o leal golden retriever.”
No entanto, a teoria também sugere uma possível armadilha nessa dinâmica. Kristina adverte que uma inversão desses papéis pode levar a um declínio na atração sexual, transformando o relacionamento em um de conveniência, em vez de paixão. Ela afirma: “Torna-se um relacionamento de conveniência e o desejo sexual diminui, resultando nele se afastando. Essa dinâmica nunca funciona.”
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Essa teoria do “gato preto e golden retriever”, embora esteja ganhando atenção, também enfrentou críticas de profissionais da área de psicologia e sexologia. Chantelle Otten, sexóloga residente do Bumble, pede cautela, observando que tais analogias, embora divertidas, podem simplificar demais as complexidades das relações humanas. Otten enfatiza a importância de reconhecer o amplo espectro de personalidades e dinâmicas além dos papéis de gênero rígidos, destacando o respeito mútuo, a comunicação eficaz e o profundo entendimento como os verdadeiros pilares de uma parceria de sucesso.
Ecoando o sentimento de Otten, a psicóloga de Melbourne Carly Dober critica a teoria por sua perspectiva heteronormativa e reconhecimento limitado de relacionamentos queer ou configurações alternativas de relacionamento. Dober também aponta o reforço potencial de visões estereotipadas do comportamento de gênero, onde os homens são vistos como extrovertidos e as mulheres como reservadas e difíceis de agradar. Além disso, a comparação das mulheres com gatos é criticada por perpetuar noções sexistas.