Japão “ganha na loteria” após descobrir 230 milhões de toneladas de minerais raros que podem render bilhões

por Lucas Rabello
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Pesquisadores japoneses encontraram um tesouro no oceano, descobrindo uma enorme quantidade de minerais valiosos. Uma pesquisa recente realizada pela Fundação Nippon e a Universidade de Tóquio revelou incríveis 610.000 toneladas métricas de cobalto e 740.000 toneladas métricas de níquel no fundo do mar ao redor da ilha de Minami-Tori-shima. Esses minerais são essenciais para a fabricação de baterias de veículos elétricos (VE), suficientes para cobrir as necessidades domésticas do Japão por impressionantes 11 anos.

A caça ao tesouro começou para valer entre abril e junho, quando uma equipe de cientistas usou veículos subaquáticos operados remotamente para explorar 100 locais no fundo do mar. Eles mergulharam fundo, atingindo profundidades de 5.200 a 5.700 metros, e encontraram ouro – ou melhor, cobalto e níquel – a cerca de 1.900 quilômetros de Tóquio. O que encontraram foi um campo de nódulos de manganês densos, ricos nesses metais preciosos. Esses nódulos têm se formado lentamente ao longo de milhões de anos, à medida que os metais na água do oceano se prendem a ossos de peixes e se assentam no fundo do mar.

Os especialistas querem iniciar a comercialização a partir de 2025. (The Nippon Foundation)

Os especialistas querem iniciar a comercialização a partir de 2025. (The Nippon Foundation)

Mas espere, tem mais! Esses nódulos também contêm cobre, outro elemento altamente valioso. Curiosamente, os nódulos foram inicialmente descobertos em uma pesquisa de 2016 e formaram-se ao redor dos dentes do Megalodon, o enorme tubarão pré-histórico que viveu há cerca de 23 a 3,6 milhões de anos. Que descoberta histórica!

Yasuhiro Kato, professor especializado em geologia de recursos na Universidade de Tóquio, revelou os ambiciosos planos para esta mina de ouro subaquática. Os escavadores pretendem levantar três milhões de toneladas desses nódulos anualmente, começando em 2025, usando navios de mineração estrangeiros. Eles vão recolher milhares de toneladas todos os dias, garantindo um impacto mínimo no ambiente marinho. A equipe está ansiosa para estabelecer uma estrutura de comercialização, trabalhando lado a lado com o setor privado.

A esperança é que as conclusões “impulsionem o crescimento do Japão”. (Fundação Nippon)

A esperança é que as conclusões “impulsionem o crescimento do Japão”. (Fundação Nippon)

Essa descoberta é uma grande vantagem para a indústria de VEs do Japão. Ao aproveitar esses recursos oceânicos, o Japão pode reduzir sua dependência de fornecedores estrangeiros e atender à demanda interna por baterias de VEs. A Universidade de Tóquio está empolgada, esperando que essa descoberta ajude a impulsionar o crescimento do Japão, criando uma cadeia de suprimentos doméstica que vai desde a mineração de recursos até a fabricação. Eles estão se esforçando para transformar o Japão em uma verdadeira nação orientada para a ciência, tecnologia e oceanos.

A Universidade não vai parar por aí. Eles planejam colaborar com pesquisadores de várias disciplinas para desenvolver produtos e tecnologias mais ambientalmente amigáveis. Usando os metais críticos desses novos recursos, esperam criar materiais de alto desempenho que poderiam revolucionar várias indústrias. Esta descoberta oceânica é mais do que um ganho para a economia do Japão; é um salto em direção a um futuro mais sustentável e tecnologicamente avançado.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.